DOZE DE NOVEMBRO
Entraste em minha casa ainda com certeza
de haver luz
os dias, se te lembras, mulher, desse mês
incandescente. Deste‑me logo o braço para a dança
das palavras: castanhas docemente assadas e muita
água‑pé. (Estava, quando vieste, à espera do ouro
dos versos.) Pois não tremeste perante a juba negra
de um leão quase jovem, de partida para o Inverno.
Dos livros que cedo li tiraste‑lhes o peso do pó
sábio. E se agora escrevo no Verão, meu amor,
só tu sabes porquê. (Deixa‑me dizê‑lo a toda a gente.)
Eurico de Carvalho/17.06.05
Poema publicado em Fevereiro de 2006 no jornal «O Tecto» de Vila do Conde
(Ano XVIII: N.º 52). Cf. página 10.
Etiquetas: POESIA
1 Leituras da Montr@:
A poesia é: a pátria da verdade do ser para Heidegger... a verdade como metáfora para Nietzsche...
ou
a mimésis e eikasia sensível e corrupta de um arquétipo ideal para Platão...
diria eu depois de Platão, de Nietzsche e de Heidegger que a poesia é a sinfonia inteligível do poema originada pela sensibilidade universal do poeta.
Ao colega "amante da sabedoria" parabenizo pela senbilidade poética bem patente neste poema.
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