domingo, 22 de dezembro de 2019

CONFERÊNCIA DE 16 DE DEZEMBRO DE 2019



«ESTÉTICA,POLÍTICA E ARTES — 7.º Seminário Aberto de Investigação (2019)».  —  No âmbito deste encontro, pronunciei, no dia 16 de dezembro, pelas 15h50, na Sala 1 de Reuniões da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a comunicação que se segue:  D’A SOCIEDADE DO ESPECTÁCULO (1967) AOS COMENTÁRIOS (1988): UM «CORTE EPISTEMOLÓGICO»? UMA HIPÓTESE HERMENÊUTICA SOBRE A OBRA DE GUY DEBORD.

Para os leitores desta Montr@, aqui fica o resumo da minha intervenção:

Tanto A Sociedade do Espectáculo como os Comentários sobre a mesma revelam, além do título, a particularidade comum de antecederem, com um ano tão-somente de diferença, dois eventos‑chave que explicam, em grande medida, a natureza pós‑revolucionária do presente: Maio de 1968 e o desmantelamento, há precisamente trinta anos, do Muro de Berlim. (A propósito destes livros, que antecipam notavelmente a lógica dos acontecimentos, não é de somenos realçar a inteligência histórica do seu Autor.) No que toca à relação entre os dois textos, contudo, ou se admite a auto‑interpretação debordiana, de acordo com a qual ambos se complementam, ou reconhecemos, pelo contrário, a presença de um «corte epistemológico», pondo em causa, por consequência, a unidade revolucionária da obra de quem não só fundou a Internacional Situacionista, mas também a dissolveu. Em conformidade com a primeira hipótese, Maquiavel, em especial, acaba por prolongar Marx; com a segunda, porém, abandona-se o campo de análise da economia política, substituindo-o, aparentemente, por uma lógica policial. Porque se nos afigura mais justa a linha interpretativa que Guy Debord perfilha, se bem que não esteja isenta de dificuldades, vamos argumentar a seu favor.

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