segunda-feira, 27 de novembro de 2006

FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO POR ESCREVER [I]

Eis que vem o tempo em que o corpo, sem pedir desculpa por ser o que é, ritmo primitivo e binário, adere publicamente à cançoneta fácil. Sem remorsos, repugna‑lhe a altivez juvenil do Eu, cuja vergonha apenas lembra a alma de um certo bibliotecário, o qual, um dia, lendo a revista cor‑de‑rosa das suas noites, se deixou surpreender pelo olhar feroz de um leitor diurno.

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