CONTOS DE UM CENTO [II]
FUGA DO ÚLTIMO PATRONO DE LEONARDO
Febril, a pena corre sobre o papel. Francisco I, rei de França, lembra à mãe a honra que lhe resta, que a vida está salva. Prisioneiro em Madrid, nem a morte, que era a sua arma, fora avante. Esquece o frio recordando as conversas com Leonardo. No Palácio de Verão ressoava a pergunta: «Que é mais próximo do homem: seu nome ou imagem?» O pintor defendia a soberania do visível. Mas só um uomo senza lettera poderia desconhecer a real grandeza do nome. Que um rei se disfarce, pois, de escravo negro — e fuja!
Eurico de Carvalho
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