O LIVRO E A FLOR
«E estás em mim como a flor na ideia
e o livro no espaço triste.»
H. H.
.
Agora que te encontrei, ó mulher tão alta como o destino,
quero — ao relento que estou —
morar eternamente em ti,
ter-me sempre junto à tua porta.
Ainda que te guardes de abri-la
e longe permaneças no céu,
pura abstracção,
flor por florir,
não importa: ter-me-ás à tua porta.
E se ela algures se fizer abertura
p’la qual irrompa a dif’rença e cresça a terra,
não te esqueças nunca: encontrar-me-ás alegre,
leitor de um livro que agora escrevo no espaço triste.
Eurico de Carvalho
Poema publicado em Setembro de 2004
no jornal «O Tecto» de Vila do Conde
(Ano XVI: N.º 46). Cf. página 11.
Etiquetas: POESIA
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