SONETO [VIII]
FLORES FRIAS
Flores tens no regaço onde planetas
órbitas prendem de novos perfumes
e p’lo sim p’lo não vagos vaga‑lumes
nos engordam as noites com lunetas
Além do mais belas as cançonetas
lendo às ‘strelas de vinil seus queixumes
dizendo sem querer do céu os cumes
qual delas flor de serenar violetas
Adeus seria assim sem véu de lágrima
quente E quando todo o sentido monde
a Lua toda — hás‑de vir a ser rima
crescendo ao Sol que apouque e pouco sonde
outro dia em demasia mas por cima
dessas flores tão frias sem regaço onde
Eurico de Carvalho
In JN, «Página da Juventude»: 16/XI/1985 [nova versão].
Etiquetas: POESIA
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