domingo, 30 de julho de 2006

SONETO [VIII]


FLORES FRIAS


Flores tens no regaço onde planetas

órbitas prendem de novos perfumes

e p’lo sim p’lo não vagos vaga‑lumes

nos engordam as noites com lunetas


Além do mais belas as cançonetas

lendo às ‘strelas de vinil seus queixumes

dizendo sem querer do céu os cumes

qual delas flor de serenar violetas


Adeus seria assim sem véu de lágrima

quente E quando todo o sentido monde

a Lua toda — hás‑de vir a ser rima


crescendo ao Sol que apouque e pouco sonde

outro dia em demasia mas por cima

dessas flores tão frias sem regaço onde


Eurico de Carvalho

In JN, «Página da Juventude»: 16/XI/1985 [nova versão].

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