CONTOS DE UM CENTO [III]
UMA RECORDAÇÃO DE INFÂNCIA DE LEONARDO DA VINCI
«Estava eu no berço, quando um abutre desceu sobre mim e me abriu a boca com a cauda. Bateu‑me várias vezes com ela nos lábios. Esse parece ser o meu destino.» Qual? Querendo desembrulhar o segredo, a mente de Sigismundo fitou lentamente a estatueta egípcia com que marcava a página do caderno de Leonardo: «Ei‑la! a ave da morte, hieróglifo da mãe!» E com a certeza do erro da tradução alemã, registou para sempre a sentença: «fantasia homossexual passiva». Desde esse dia, do milhafre, a cauda longa e volumosa assombra a análise.
Eurico de Carvalho
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