LENÇOL DE VINHO
Era a primeira flor de todas as madrugadas. Tintas de eternidade
coloriam‑lhe a virgem face d’além-dor. Quisera o mar doar
à Lua lençóis de vinho! Mil colónias de vaga-lumes
mimavam o dia diante a noite, doidejando esta à janela
dos amantes. E depois, seus dedos (dez vezes dois!),
semelhando odaliscas do Oriente, dançavam vertiginosamente
em todos os círculos da casa: lousa imensa de real canto
mundo e tela animal do mais completo espanto.
Eurico de Carvalho
In «O Tecto»,
Ano XVIII, n.º 57,
Julho/2007, pág. 3.
Etiquetas: POESIA
1 Leituras da Montr@:
Eurico, Eurico...
Tinha saudades de estar aqui.
De deliciar-me com os seus textos,
poemas que sem esforço transportam
olhos e sonhos para uma realidade duradoura.
Obrigada pelo convite, agora a senha está bem segura : )
Beijinhos e um início de semana cheio
de inspiração.
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