SONETO [VI]
PORTRAIT OF A LADY [I]
Ei‑la! Como dizê‑la em movimento?
Lembra, quando anda, ágil, felina,
um jeito animal que não se ensina,
uma alma feliz por ser alento.
Ei‑la: ninfa à solta — e não menina.
Correndo p’lo verso — bosque qu’invento —,
imagino‑a presa de um fauno lento
que por ela a liberdade declina.
Ei‑la… A ela devo o favor da Lua.
E se lhe falo, a água, que é tanta!,
Em mim se faz maré e insinua…
Ei‑la! Que se cale já quem a canta!
Não é o verso o seu lugar, mas a rua,
que dela, além da flor, quero a planta!
Eurico de Carvalho
In «O Tecto»,
Ano XII, n.º 25,
Janeiro/2000, pág. 8.
Etiquetas: POESIA
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