segunda-feira, 9 de outubro de 2006

TÁBUA III


do longe aguado faço águas de mulher em alfabeto braille

para morrerem pela cegueira os olhos que em viagem navio

e em mapas completos de relevo ao vale semelhante segura

o exemplar marítimo dos orgasmos de areia nele destruída

ou durante o amor ou por dentro dos minutos que se foram

embora antes de termos horas e modo neutro de falar dele

não houvesse ainda palavras de cultura para aquém do mar

como se nada de nós dissesse o pólen encalhando no vento

enquanto abelhas em greve estiveram em flores sem estame

por falta de igual trabalho jardineiro ao redor do mundo


Eurico de Carvalho

In «O Tecto»,

Ano XVIII, n.º 55,

Setembro/2006, pág. 3.

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1 Leituras da Montr@:

Blogger esse disse...

Pois, pois ... A culpa, agora, é do jardineiro !!!

Fica bem

4:34 da manhã  

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