domingo, 28 de maio de 2006

E. and I


Ouvir-te é como se fosse marinheiro

de regresso a casa: Ulisses

dançando com Penélope.


Sentir-te é ser o perfume que te abre passagem

n’el mezzo del cammin di nostra vita: Dante

acenando a Beatriz.


Ver-te é como se tu fosses música

acesa em viva carne: Pedro

lembrando Inês.


Tocar-te, porém, é outro incêndio: pura alacridade,

corrente eléctrica nunca alterna

lavrando a adolescência do porvir.


EURICO DE CARVALHO

In «O Tecto»,

Ano XIV, n.º 37,

Julho/2002, pág. 2.


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