E. and I
Ouvir-te é como se fosse marinheiro
de regresso a casa: Ulisses
dançando com Penélope.
Sentir-te é ser o perfume que te abre passagem
n’el mezzo del cammin di nostra vita: Dante
acenando a Beatriz.
Ver-te é como se tu fosses música
acesa em viva carne: Pedro
lembrando Inês.
Tocar-te, porém, é outro incêndio: pura alacridade,
corrente eléctrica nunca alterna
lavrando a adolescência do porvir.
EURICO DE CARVALHO
In «O Tecto»,
Ano XIV, n.º 37,
Julho/2002, pág. 2.
Etiquetas: POESIA
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