sexta-feira, 3 de março de 2006

SONETO [I]

PRAIA AZUL

Praia Azul: o acento agudo do Sol
irrita as pálpebras de quem escreve
em guardanapos de papel. Já, leve,
se agita o vento. (Quiçá console

mais que a cerveja. E se ele se atreve
a pedi‑la sem gelo… Ei‑lo: mole,
com gel nos cabelos e ar de fole.)
Não há quem, à esplanada, se eleve

acima da alegria. Guarda‑se o mar
como se fosse fácil a lembrança,
dando‑lhe a cola do álbum do lar.

Esgota‑se o sorriso que mais cansa
num gesto eterno que se quer mostrar.
Ah! quisessem eles o sal da dança!

Eurico de Carvalho

Soneto publicado em Novembro de 2000
no jornal
«O Tecto» de Vila do Conde

(Ano XII: N.º 29). Cf. página 2.

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