SONETO [III]
WISHFULNESS
Se eu pudesse um dia olhar‑te
como quem olha p’ra uma irmã
(e minha fosses sem ânsia malsã)
— nada de mais diria: apenas arte.
Quisera dar‑te amor de amigo,
um vinho maior, porque sem mistura.
Mas não! Sou pequeno e não consigo
quebrar em mim o desejo que dura.
Devo‑lhe o preço de seres mulher.
Pagá‑lo‑ei, no entanto, quando puder
ou for de outrem, por fim, a alegria
que eu tenho por ter‑te no meu canto.
És a Lua com a qual o Sol espanto
— e assim as noites se fazem dia!
Eurico de Carvalho
Soneto publicado em Maio de 2000
no jornal «O Tecto» de Vila do Conde
(Ano XII: N.º 27). Cf. página 6.
Etiquetas: POESIA
0 Leituras da Montr@:
Enviar um comentário
<< Home