sábado, 18 de junho de 2011

Doze de Novembro

Doze de Novembro por Eurico de Carvalho





Entraste em minha casa ainda com certeza

de haver luz em Novembro. Mas doze eram

os dias, se bem te lembras, mulher, desse mês

incandescente. Deste-me logo o braço para a dança

das palavras: castanhas docemente assadas e muita

água-pé. (Estava, quando vieste, à espera do ouro

dos versos.) Pois não tremeste perante a juba negra

de um leão quase jovem, de partida para o Inverno.

Dos livros que cedo li tiraste-lhes o peso do pó

sábio. E se agora escrevo no Verão, meu amor,

só tu sabes porquê. (Deixa-me dizê-lo a toda a gente.)





Eurico de Carvalho/17.06.05

Poema publicado em Fevereiro de 2006 no jornal «O Tecto» de Vila do Conde

(Ano XVIII: N.º 52). Cf. página 10.




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